quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Soneto - Cruz e Souza



À Julieta dos Santos
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Quando apareces, fica-se impassível
E mudo e quedo, trêmulo, gelado!...
Quer-se ficar com atenção, calado,
Quer-se falar sem mesmo ser possível!.
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Anda-se c'o a alma n'um estado horrível
O coração completamente ervado!...
Quer-se dar palmas, mas sem ser notado,
Quer-se gritar, n'uma explosão temível!...
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Sobe-se e desce-se ao país das fadas,
Vaga-se co’as nuvens das mansões doiradas
Sob um esforço colossal, titânio!...
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E as idéias galopando voam...
Então lá dentro sem parar, ressoam
As indomáveis convulsões do crânio!!...
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