terça-feira, 9 de setembro de 2008

Indiferença - Guilherme de Almeida




Hoje, voltas-me o rosto, se ao teu lado
passo. E eu, baixo os meus olhos se te avisto.
E assim fazemos, como se com isto,
pudéssemos varrer nosso passado.
.
Passo esquecido de te olhar, coitado!
Vais, coitada, esquecida de que existo.
Como se nunca me tivesses visto,
como se eu sempre não te houvesse amado
.
Mas, se às vezes, sem querer nos entrevemos,
se quando passo, teu olhar me alcanças
e meus olhos te alcançam quando vais.
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Ah! Só Deus sabe! Só nós dois sabemos.
Volta-nos sempre a pálida lembrança.
Daqueles tempos que não voltam mais!
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