terça-feira, 12 de agosto de 2008

Vício - J. G. de Araújo Jorge



Tu nunca bates no meu pensamento à hora de entrar.
Chegas de repente, invades tudo, e é impossível te expulsar
por que então já sou eu que te procuro.
.
Não escolhes momento. É na hora séria ou na hora triste,
na hora romântica, ou na hora de tédio
por mais que me encontres fechado em mim mesmo
entras pelo pensamento, - clara fresta, vulnerável
às lembranças do teu desejo.
.
E quando chegas assim, estremeço até regiões ignoradas
me levanto, e saio, sonâmbulo, a te buscara caminhar a esmo ...
.
Chegas - como uma crise a um asmático, - e então
[preciso de ti como preciso de ar,
e tenho a impressão de que se não te alcanço, se não
[te encontro,vou morrer, miserável, como um transeunte nas ruas,
antes que o socorro chegue para salvá-lo ...
alcançar-te é um suplício ...
.
Teu amor para mim - é humilhante a confissão
-Depois que consegues atingir meu pensamento
tua posse é uma obsessão,
não é amor, é vício ...
.

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