quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Soneto a Quatro Mãos - Paulo Mendes Campos e Vinícius de Moraes







Tudo de amor que existe em mim foi dado.



Tudo que fala em mim de amor foi dito.



Do nada em mim o amor fez o infinito



Que por muito tornou-me escravizado.



.



Tão pródigo de amor fiquei coitado



Tão fácil para amar fiquei proscrito.



Cada voto que fiz ergueu-se em grito



Contra o meu próprio dar demasiado.



.



Tenho dado de amor mais que coubesse



Nesse meu pobre coração humano



Desse eterno amor meu antes não desse.



.



Pois se por tanto dar me fiz engano



Melhor fora que desse e recebesse



Para viver da vida o amor sem dano.

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