quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A voz do amor - Olavo Bilac


Nessa pupila rútila e molhada,

Refúgio arcano e sacro da Ternura,

A ampla noite do gozo e da loucura

Se desenrola, quente e embalsamada.


E quando a ansiosa vista desvairada

Embebo às vezes nessa noite escura,

Dela rompe uma voz, que, entrecortada

De soluços e cânticos, murmura...


É a voz do Amor, que, em teu olhar falando,

Num concerto de súplicas e gritos

Conta a história de todos os amores;


E vêm por ela, rindo e blasfemando,

Almas serenas, corações aflitos,

Tempestades de lágrimas e flores...

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