quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

LXXIX - Pablo Neruda

De Noite, amada, amarra teu coração ao meu
e que eles no sonho derrotem as trevas
como um duplo tambor combatendo no bosque
contra o espesso muro das folhas molhadas.
.
Noturna travessia, brasa negra do sonho
interceptando o fio das uvas terrestres
com a pontualidade de um trem descabelado
que a sombra e pedras frias sem cessar arrastasse.
.
Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro,
á tenacidade que em teu peito bate
com as asas de um cisne submergido,
.
Para que as perguntas estreladas do céu
responda nosso sonho com uma só chave,
com uma só porta fechada pela sombra.
.

2 comentários:

chica disse...

Neruda é Neruda...Sempre lindo! um beijo,chica

Anônimo disse...

Oi, estou seguindo seu blog.
Achei muito legal o que vi aqui, vc tem um bom gosto.

^^

Até mais