terça-feira, 11 de março de 2008

XIII A Anália - Almeida Garret


Salve dia d'amor sempre jucundo!
Anália encantadora
Nesta risonha aurora
Para me aventurar vieste ao mundo.

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Quando assomar no apavonado oriente
Amor te viu fagueiro,
As frechas prazenteiro
Aguçou, e sorriu todo contente:

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Fugiu da mãe aos amorosos braços,
E em teu rosto divino
Depor foi, de contino,
Encantos, filtros e amorosos laços.

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Assim me enfeitiçaste! - assim rendida
Trago alma e coração,
Que, sem esta prisão,
Nem eu já sei viver nem quero a vida.

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Anália, amado bem, tão fausto dia
Celebremos contentes;
E as flores inocentes
Colhamos desta vida fugidia:

.
O tempo voa, as horas despedidas
Tão ligeiras decorrem,
Murcham tão breve e morrem
Rosas que do prazer não são colhidas!...

.

Porto - 1819.

Um comentário:

Leonor Cordeiro disse...

Estou incomunicável...
Você acredita que o UOL não entra no meu computador desde ontem?
Não posso ir ao blog, não leio nem mando e-mail.
O virtua coloca a culpa no UOL e o UOL no Virtua.
Estou no maior aperto por causa disso. Tadinho do bloguinho...snif