quinta-feira, 6 de março de 2008

(Cabelos onde o amor s'esconde manso) - Sarmento Menna




Cabelos onde o amor s'esconde manso,


e com eles brincando ocultamente,


dispara do arco ebúrneo a seta ardente,


que humanos peitos ferem sem descanso;


.
cabelos, cujo mimo m'esperanço


de obter de tua mão ditosamente;


cabelos de um escuro reluzente,


que de os ver, admirar jamais me canso;


.


cabelos, cuja cor tem meus cuidados;


cabelos com que um deus prende,


domina e abranda corações petrificados;


.
são os teus, venturosa Carolina,


cópia de graças, dos louçãos agrados,


formosura sem par, mortal divina.


.


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