quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Súplica - Miguel Torga



Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
.

2 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Este é um daqueles poemas clássicos, que mesmo relidos cem vezes, ainda continuarão atraentes, exercendo esse fascínio sobre nós!
beijos

Maurélio disse...

Renata, maravilhoso o blog, parabéns, dei um passeio maravilhoso por aqui entre os grande poetas.
Bjss, sucesso sempre.